Ameixa Actualizado 22/08/2011
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ARANHIÇO VERMELHO E OUTROS TETRANIQUÍDEOS
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Panonychus ulmi Koch (aranhiço vermelho); Tetranychus urticae Koch (aranhiço amarelo)
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Panonychus ulmi Koch - aranhiço vermelho
O aranhiço vermelho é um ácaro da família Tetranychidae, originário da Europa. Os adultos apresentam dimorfismo sexual, tornando-se possível identificar os dois sexos. As fêmeas, de cor vermelha escura, apresentam 0,6 mm a 0,8 mm de comprimento e 0,25 mm de largura do corpo. Os machos, de cor amarela rosada a vermelha clara, apresentam o corpo de forma piriforme, mais pequeno e estreito do que as fêmeas, com o gnatossoma mais alongado e patas mais compridas. Nos dois sexos é característico surgirem filas de pêlos esbranquiçados sobre o corpo dos adultos. O ciclo de vida da praga compreende quatro estados: ovo, larva, ninfa e adulto. Os ovos de Inverno são vermelhos escuros, com aspecto de cebola e um pêlo na parte superior. Estas posturas efectuam-se a partir do fim do Verão, nas zonas de inserção dos ramos e dos gomos. Na Primavera do ano seguinte, verifica-se o aparecimento das larvas, com três pares de patas, 0,3 mm a 0,4 mm de comprimento, de forma globosa e sem pêlos dorsais. As ninfas têm quatro pares de patas e pêlos dorsais mais ou menos desenvolvidos. A protoninfa é globosa, semelhante à larva, enquanto a deutoninfa apresenta forma mais larga e tamanho superior. Os adultos originados nos ovos de Inverno, dão início à primeira geração, através das posturas. No nosso país, podem verificar-se 6 a 10 gerações por ano. O ciclo de vida varia entre 15 e 35 dias, de acordo com as condições ambientais. A actividade alimentar da praga ocorre sobre as folhas, através de uma armadura bucal do tipo picadora-sugadora, onde é extraído o conteúdo das células da epiderme, o que provoca a entrada de ar pelo orifício de perfuração. Quando ocorrem fortes ataques da praga, as folhas adquirem um aspecto prateado que, após a morte das células, se transforma em tonalidade bronzeada ou acastanhada. Esta sintomatologia, provocada pela morte das células da epiderme, vai condicionar a eficiência fotossintética e a transpiração da planta, conduzindo por isso a estragos ou prejuízos de difícil avaliação.
Tetranychus urticae Koch - aranhiço amarelo
Este ácaro da família Tetranychidae pode constituir um grave problema. O ciclo de vida inclui quatro estados: ovos, larvas, ninfas e adultos. Os ovos são esféricos, translúcidos. As larvas, arredondadas, possuem três pares de patas, enquanto que as ninfas têm quatro pares de patas; após a fase de larva, aparecem protoninfas amarelas e mais tarde surgem as deutoninfas, de maiores dimensões. As fêmeas adultas são globosas com cerca de 0,6 mm de diâmetro, amarelas ou esverdeadas (nas gerações estivais) ou alaranjadas (nas formas invernantes), com manchas laterais mais escuras. O aranhiço amarelo hiberna sob a forma de fêmea adulta, principalmente na vegetação espontânea, onde deposita os ovos, no início da Primavera. Se ocorrer bruscamente uma destruição das infestantes ou a sua secagem natural, pode dar-se uma migração massiva das larvas para a pereira. Perante tal ataque, os tecidos foliares podem ser consideravelmente danificados ocorrerá, então, um decréscimo da fotossíntese e um aumento da transpiração, pelo que a árvore sofrerá um enfraquecimento generalizado. Para além disso, estes ácaros formam teias nas folhas, a fim de reter a humidade e dificultar a acção de potenciais predadores.
Aranhiço vermelho (www.edugal.org.il) |
Aranhiço amarelo (www.ipm.ucdavis.edu) |
Introdução |
No que respeita à estratégia de luta para o aranhiço vermelho indica-se, em seguida, a metodologia utilizada na estimativa do risco, o nível económico de ataque e os meios de luta.
Um meio de luta a ser explorado com potencial sucesso é a introdução de ácaros fitoseídeos (Typhlodromus pyri, Amblyseius andersoni) nos pomares, de forma a estimular a limitação natural desta praga. Há ainda a acrescentar outros auxiliares importantes, como os ácaros estigmateídeos (Zetzellia mali), crisopídeos (Chrysopa sp.), hemerobídeos, coniopterigídeos, antocorídeos (Anthocoris sp. e Orius sp.), mirídeos (Malacocoris sp., Deracocoris sp.), coccinelídeos (Stethorus puctillum) e larvas de sirfídeos.
Como estratégia de luta contra o aranhiço amarelo, deve seguir-se a metodologia indicada para o aranhiço vermelho.
A fauna auxiliar de maior interesse consiste nas espécies Amblyseius californicus, Chrysopa sp., Anthocoris sp., Orius sp. e Stethorus punctillum.
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Método de Estimativa do Risco |
Aranhiço amarelo
Durante o período vegetativo: observação visual de 2 folhas do terço superior dos raminhos em 50 árvores
Aranhiço vermelho
Entumescimento dos gomos: observação visual de 2 gomos sobre madeira de 2 anos em 50 árvores para detectar ovos de Inverno
Desde estado fenológico H (queda das pétalas): observação visual de 2 folhas em 50 árvores
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Tomada de Decisão |
Aranhiço amarelo
Durante o período vegetativo: sempre que 50 - 60% das folhas estejam ocupadas.
Aranhiço vermelho
Entumescimento dos gomos: quando se registar 60% de gomos infestados com ovos de inverno
Desde o estado fenológico H (queda das pétalas): desde que 60% das folhas estejam ocupadas |
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Substância Activa |
Formulações |
Concentração (g sa/hl) |
Classificação Toxicológica |
Intervalo de Segurança (dias) |
Link DGAV |
abamectina |
EC |
1,35 |
Xn, N |
28 |
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Alargamento de espectro para Uso Menor, para ácaros (Panonychus ulmi, Tetranychus urticae).
A utilizar só até ao mês de Abril, ou se ocorrer antes, até à queda das pétalas (estado fenológico G-H, escala de Fleckinger). |
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spirodiclofena |
SC |
72 - 96 |
Xn, N |
14 |
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Máximo 1 aplicação por ciclo cultural e para o conjunto das finalidades. |
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